Welter Mesquita Vaz. Tecnologia do Blogger.

Consórcio que arrematar Santos Dumont vai assumir aeroportos de BH, Rio e Vitória


Qua 9/8/2017 - No saguão que já recebeu mais de três milhões de passageiros em um ano, as cadeiras e guichês vazios se tornaram cena comum no dia a dia. Os cafés e lanchonetes já não existem mais. As fileiras de táxis, muito menos. Desde 2004, o aeroporto da Pampulha vive um processo de decadência e uso cada vez menor da capacidade instalada. Nos últimos cinco anos, o prejuízo acumulado da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), responsável por administrar o terminal, chegou a R$ 100 milhões. De janeiro a junho deste ano, foram registrados pouco mais de 110 mil embarques e desembarques.

No outro terminal de Belo Horizonte, o aeroporto Carlos Prates, a situação é parecida: contas no vermelho e menos de 12 mil passageiros nos seis primeiros meses deste ano. Com as contas no vermelho, o governo federal pretende conceder as estruturas à iniciativa privada.

A informação foi confirmada pelo ministro dos Transportes, Maurício Quintella. Os terminais da capital vão fazer parte de um bloco de unidades que serão leiloadas em junho ou julho do ano que vem. O consórcio que der o maior lance pelo Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, terá que assumir também outras cinco estruturas na região Sudeste: Pampulha, Carlos Prates, Vitória (ES), Macaé e Jacarepaguá (RJ).

De acordo com o ministro, nas primeiras rodadas de concessão de aeroportos foram leiloados apenas os mais lucrativos. “A primeira e a segunda rodada de concessões tiraram da Infraero o filé. A perspectiva a partir de agora é fazer concessões em bloco: aeroportos superavitários com deficitários. Para quem levar o filé levar o osso também”, assegurou.

Concessão

O lance mínimo para levar os seis terminais é de R$ 1,7 bilhão – em 2013, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, na região metropolitana, foi arrematado por R$ 1,82 bilhão e o Galeão (RJ) por R$ 19 bilhões. Durante o prazo de concessão, que será de 30 anos, o operador terá que investir R$ 2,2 bilhões, divididos entre todo o grupo.

Desde o início do ano, a Pampulha é alvo de discussões sobre o fim da restrição de voos de grande porte para destinos nacionais, o que melhoraria o caixa e a movimentação na unidade, que tem capacidade para 1,5 milhão de passageiros por ano. Porém, o governo pode criar barreiras para não concorrer com Confins. Uma das possibilidades é fixar uma marca de usuários para o aeroporto: quando atingir 20 milhões de embarques e desembarques, a Pampulha poderia ser aberta para voos de longa distância (atualmente a marca de Confins é de menos de 10 milhões). Responsável por administrar o terminal, a BH Airport não se pronunciou sobre o assunto.

‘Preços abusivos’

Para o coordenador do curso de Engenharia Aeronáutica na Fumec, Rogério Botelho Parra, a reativação da Pampulha não prejudicaria as operações do terminal internacional. “Belo Horizonte comporta perfeitamente. Toda cidade precisa de um aeroporto de menor porte na região mais central”, comentou. Já sobre o Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste da cidade, o especialista explicou que a estrutura atual é limitada, com pista curta e espaço para aviões de pequeno porte. “É basicamente uma escola de aviação. Porém, com alguns investimentos, poderia ser melhor aproveitado. Muitos proprietários preferem utilizar as estruturas no interior do Estado por conta dos preços”, justificou.

O mesmo problema é apontado na Pampulha. “A Infraero cobra preços extremamente caros, principalmente dos hangares. Colocar a administração para a iniciativa privada pode minimizar esse custo. Além disso, a competição é importante. A maioria das pessoas prefere viajar pela Pampulha, que é mais perto, e alguém teria que reduzir os preços”, argumentou.

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