Parece pura fantasia, mas a Boeing acredita que aviões hipersônicos poderão cruzar os céus em breve transportando passageiros. “Eu acho que na próxima década ou em duas vamos vê-los tornarem-se realidade”, disse o presidente e CEO da fabricante norte-americana, Dennis Muilenburg, à rede CNBC.
Segundo o executivo, esse tipo de aeronave, capaz de voar em velocidades acima de mach 5 (cinco vezes a velocidade do som ou cerca de 6.175 km/h), poderá servir um mercado pequeno, mas importante, de viajantes dispostos a pagar grandes quantias para chegar a destinos distantes em uma fração do tempo que leva normalmente.
Como exemplo, Muilenburg citou a movimentada rota entre Nova York, nos EUA, e Xangai, na China, que poderia ser realizada em meras duas horas em aviões hipersônicos. Como comparação, um voo comercial atualmente leva cerca de 15 horas para percorrer esse caminho.
A ideia é ótima no papel, mas na realidade os custos para opera um avião comercial hipersônico podem simplesmente impedí-los de saírem do chão algum dia. “É difícil para eu ver, pelo menos nos próximos 15 ou 20 anos, que será tão competitivo em termos de custos a ponto das companhias aéreas se interessarem por isso”, disse John Plueger, presidente e CEO da AirLease Corp (ALC), um dos maiores grupos de arrendamento de aviões do mercado mundial.
Como Plueger ressaltou, companhias aéreas estão em busca quase que exclusivamente de eficiência para obter lucros com seus aviões. Além disso, o executivo da ALC afirmou que a indústria ainda guarda memórias ruins do Concorde, cuja incapacidade de gerar lucros com voos supersônicos entre os EUA e a Europa decretou sua aposentadoria, em 2003.
A British Airways e a Air France voaram com o Concorde por mais de 30 anos e nunca obteram um lucro significativo, mesmo transportando um número limitado de passageiros pelo Atlântico. Os voos do último avião comercial supersônico entre a Europa e EUA eram realizados em cerca de três horas e meia.
Apesar de o ceticismo dos planos supersônicos e hipersônicos serem comercialmente viáveis, há um ressurgimento no interesse de aeronaves ultra-rápidas.
A Boom Technology, com sede no Colorado, está se reunindo uma interessante rede de parceiros para desenvolver um jato supersônicos de 55 lugares. O plano da empresa é desenvolver e entregar as primeiras unidades da aeronave já no início da próxima década.
Quanto ao avião hipersônico de Boeing, Muilenburg admitiu que a empresa ainda precisa provar que há pessoas suficientes dispostas a pagar por um voo ultra-rápido para a outra metade do mundo.
“Ainda há trabalho a fazer para definir os negócios para que façam sentido aos nossos consumidores”, disse Muilenburg. “Mas vemos futuras inovações onde você pode se conectar ao redor do mundo em cerca de duas horas.”
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