Welter Mesquita Vaz. Tecnologia do Blogger.

Inglês cria avião virtual e voa pelo mundo sem sair da sua casa




Oito pilotos se revezam com John no comando do jumbo virtual, 24 horas por dia. Todos usam uniforme, crachá, como se fossem pilotos. Eles têm escala de serviço e fazem planos de voo na cozinha.

Conheça um inglês que "pilota" um boeing sem sair de casa e ainda cobra ingresso para quem quer embarcar com ele nessa "volta ao mundo em uma semana".

Momentos de tensão na cabine de comando. Uma tempestade de areia no Deserto do Saara se aproxima do Cairo, a capital do Egito, onde o comandante John se prepara para pousar um jumbo 747-400. Ele recebe orientações da torre. Logo a pista iluminada aparece no horizonte. O pouso é tranquilo, e as turbinas são desligadas.

Depois desse voo em céu de brigadeiro, nós vamos ''desembarcar'' para mostrar onde realmente estamos. Como em todo jumbo, a cabine de comando fica no segundo andar. Tem uma escada até o setor da classe turística e depois a porta para fora. Mas no local não tem saguão, não tem aeroporto, hangar. Não tem nada disso.

O repórter chega ao pátio da casa do ''comandante John'', em Coventry, a 150 quilômetros de Londres. Desse lugar, ele decola todos os dias, faz viagens incríveis ao redor do planeta, sem jamais tirar o pé do chão.

Para explicar isso direito, é preciso retornar à ''cabine de comando''. Na verdade, é o antigo quarto de hóspedes que John transformou em um simulador de voo. Ele gastou o equivalente a R$ 50 mil.

Em um ferro velho, encontrou restos de uma cabine de verdade, com manche e um incontável número de luzes e botões. Tudo isso foi conectado a um computador, que opera um avançado programa de simulação de voos.

John explica que começou a brincar na década de 90, quando surgiram os primeiros simuladores. “Meio capengas, mas já eram divertidos”, diz ele. Depois, veio a internet e a conexão com outros pilotos de voos virtuais.

O resultado é uma rede mundial formada por meio milhão de participantes, responsáveis por um tráfego aéreo tão intenso que parece real. Aliás, as informações sobre o clima local nos aeroportos e durante as viagens são verdadeiras. Tudo é atualizado de minuto em minuto pela internet.

A grande maioria dos integrantes desse clube de aviadores de mentirinha usa a própria tela do computador. Mas John voou mais alto. O avião virtual ficou tão perfeito, que John começou a receber pedidos de pessoas interessadas em ''pilotar'' ao lado dele. O ex-desenhista gráfico, hoje em dia, vive disso. Ele fatura 65 libras, o equivalente a R$ 150 por hora.

Malcom é um dos clientes de John. Ele trabalha em uma empresa de alimentos e, nas horas vagas, se diverte voando. “É o melhor passatempo do mundo”, diz ele.

John também tem sócios ou colegas, como ele faz questão de se referir à ''tripulação''. São oito pilotos que se revezam no comando do jumbo virtual, 24hs por dia. Todos usam uniforme, crachá, como se fossem pilotos de verdade. Eles têm escala de serviço e até fazem planos de voo na cozinha da casa. Recentemente, participaram de um evento mundial que reuniu 15 mil aviões e aeroportos virtuais.

O objetivo foi dar a volta ao mundo. Depois de percorrerem 65 mil quilômetros e passarem por 45 cidades, inclusive pelo Rio de Janeiro, a jornada virtual terminou em Sydney.

O dinheiro arrecadado com doações feitas pela internet e com as ''passagens'' que as pessoas pagam para acompanhar tudo da cabine será entregue a uma instituição de caridade que pretende comprar um helicóptero-ambulância para um hospital de Londres. “É nossa forma de unir trabalho e lazer, e de ajudar o próximo”, explica o comandante.

É assim que eles levam a vida. No mundo da lua. Ou melhor, das nuvens.
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