Pousos e decolagens cresceram 18% do ano passado para este ano no local
Publicado no Jornal OTEMPO em 01/12/2011Avalie esta notícia »
RAFAEL ROCHA
FOTO: ALEX DE JESUS
Estresse. Avião sobrevoa o bairro Carlos Prates, na região Noroeste, próximo a área residencial
O constante fluxo de helicópteros e aviões de pequeno porte no Aeroporto Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte, tem causado incômodo aos moradores de bairros vizinhos ao local. A principal reclamação é a dificuldade para dormir no fim da madrugada quando começam as decolagens das aeronaves. A estatística comprova o crescimento do problema, já que as atividades no aeroporto só aumentam. Este ano apresentou um aumento de 18% no sobe e desce de aviões e similares.
Apesar das reclamações de quem mora próximo ao local, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) nunca realizou um estudo sobre impactos causados em virtude de ruídos aeronáuticos. O órgão informou que não há previsão para a realização do levantamento. Estudos similares, no entanto, já foram feitos em aeroportos de Brasília, Recife, Fortaleza e São Paulo.
O ruído causado principalmente pelos helicópteros tem literalmente tirado o sono de vizinhos, que se dizem cansados de reclamar do problema. O aeroporto tem autorização para funcionar todos os dias da semana, inclusive nos domingos e feriados, das 6h às 19h, período em que aeronaves pousam e decolam do local num intervalo de poucos minutos.
Os ruídos de hélices e motores das aeronaves têm servido de despertador para um operador de sistema que mora no bairro São José, que pediu para não ser identificado. "Aqui é área residencial e esse barulho é infernal. Passa helicóptero de cinco em cinco minutos", disse. Para ele, além do barulho, o que incomoda também é a possibilidade de acidentes. Em 2008, um avião monomotor perdeu o controle e caiu sobre o telhado de um galpão no bairro Jardim Montanhês.
A proximidade das aeronaves ao passar pelos bairros é a grande preocupação de uma funcionária pública que mora no bairro Jardim Inconfidência. "Eles começam cedo. Quando queremos dormir até um pouco mais tarde no sábado ou no domingo, que são dias de descanso, não é possível", afirmou, pedindo para não ser identificada.
Para a direção do aeroporto, o problema não existe. "Todos os pousos e decolagens que acontecem aqui são homologados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)", informou o superintendente do local, Fernando Oliveira.
No local existem escolas de aviação e empresas de manutenção em aeronaves. A presença diária de policiais militares, civis e bombeiros fazendo treinamento de aviação também aumentou o fluxo aéreo.
Segundo dados do Aeroclube do Estado de Minas Gerais (Acemg), uma das escolas que dão aulas no aeroporto, houve um aumento de 30% na procura por cursos de aviação que custam, no mínimo, R$ 9.100. Apesar do valor alto, a demanda só tem crescido, conforme informou o presidente da Acemg, Carlos Cirilo. "Aumentou bastante o número de gente usando avião". Ele disse ainda que a falta de piloto de avião no mercado tem gerado filas de aproximadamente 30 pessoas na porta da entidade todas às sextas-feiras.
Números
25.724
é o total
de pousos e decolagens no local de janeiro a outubro
30
decibéis
limite de ruído no ambiente onde alguém dorme
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