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Guerra aérea também tem lado terrestre


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Guerra aérea também tem lado terrestre

A força de coalizão simulada da CRUZEX C2 2012 já perdeu cinco aeronaves em dois dias de combate. Motivo: a defesa antiaérea, um conjunto de mísseis e canhões que, do solo, podem destruir alvos aéreos muitas vezes sem sequer ser percebidos. Enquanto isso, nenhum caça da Força Aérea Vermelha conseguiu ameaçar os aviões da coalizão, um resultado que lembra o que ocorreu nos últimos conflitos reais.
De acordo com o Tenente Coronel Franck Breitenstein, da Força Aérea da França, é fundamental que um treinamento de guerra aérea inclua as chamadas Ground Based Air Defenses (GBAD). "Esse é o tipo de ameaça da guerra moderna atual", conta. Durante os conflitos nos Balcãs, nos anos 90, por exemplo, as forças da OTAN não tiveram nenhuma aeronave abatida por caças inimigos, mas perderam aviões e helicópteros por conta de disparos vindos do solo.
No cenário simulado da CRUZEX C2 2012, há baterias de mísseis antiaéreos guiados por radar e também pelo calor das turbinas das aeronaves. Dessa forma, cada ataque precisa ser planejado para cumprir missões tentando fugir dessas ameaças, e, se possível, tentar destruí-las. Há até esquadrilhas inteiras que decolam para as missões SEAD (Suppression of Enemy Air Defense), voltadas especificamente para enfrentar essa ameaça, composta por sistemas como o Rapier, Mistral, Giraffe e Gepard, dentre outros, que representam as mais recentes tecnologias dessa área.
Em cada missão simulada, a direção do exercício pode decidir que um determinado número de aeronaves foi "destruído" pelo fogo das forças vermelhas. "Nós destruímos as aeronaves dentro de um acordo de bom senso", afirma o Major Sandro Bernardon, da Força Aérea Brasileira, que com apenas um clique no mouse pode tirar uma aeronave do jogo virtual. Ele explica, no entanto, que o objetivo é ser didático e cada situação é planejada para gerar conhecimentos. Uma das mais difíceis, em sua opinião, é o combate aos GBAD móveis. "É uma ameaça muito grande", diz.
Mas além de treinar como sobreviver à ameaça no território hostil, os militares que fazem parte da coalizão simulada também exercitam o uso de GBAD. As "forças azuis" também possuem sistemas próprios de defesa antiaérea instalados em pontos estratégicos do "país azul", como bases aéreas, centrais de energia e outras localidades consideradas estratégicas. "Treinamos o Comando e o Controle tanto em enfrentar quanto se defender com o uso de artilharia antiaérea", completa o Major Bernardon.
FAB terá Brigada de Artilharia Antiaérea
De acordo com o Coronel Luiz Mayworm, da Força Aérea Brasileira, a experiência na CRUZEX é fundamental para aprender ainda mais sobre GBAD e seu uso em uma guerra aérea. "Aqui temos condições, conversando com outros países, de comparar experiências e doutrinas. Há vários tipos de filosofia e este aprendizado permite projetar novas táticas e concepções operacionais para a defesa do Poder Aeroespacial", afirma.
O Coronel Mayworm é Comandante do Núcleo da primeira Brigada de Artilharia Antiaérea de Autodefesa, que foi criado em 22 de agosto de 2012. "Em função das experiências que o Brasil está tendo com outros países, a Força Aérea começou a enxergar a necessidade de se aprimorar os meios defensivos, de modo a mais bem proteger os as bases, as instalações de radares e os centros de comando e controle da Força Aérea, sob intensa integração e coordenação e, deste modo, evitando o chamado ‘fogo amigo’”.
A Brigada comandará as unidades antiaéreas da FAB, ou seja, os Grupos de Artilharia Antiaérea de Autodefesa, que estão sediados em Canoas (RS) e Manaus (AM). Nesse locais, a Força Aérea conta com mísseis IGLA-S, guiados por calor, e que podem ser levados para qualquer ponto do território nacional.

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