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Advogado sugere culpa do piloto na queda de avião com Huck e família


O advogado da empresa MS Táxi Aéreo, dona do avião que transportava Luciano Huck e Angélica quando ocorreu o acidente em maio de 2015, contestou o relatório feito por peritos da Aeronáutica em entrevista concedida à TV Morena, afiliada da TV Globo, no Mato Grosso do Sul.

José Trad rebateu o documento dizendo que os problemas mecânicos poderiam ter sido constatados, caso o piloto Osmar Frattini tivesse feito a checagem visual antes de iniciar o voo. "Os problemas mecânicos poderiam ter sido constatados pelo piloto antes dele embarcar", afirmou.

Os peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluíram que uma pane seca provocou o pouso forçado e que o motor esquerdo da aeronave parou de funcionar com 35 minutos de voo.

O documento concluiu que o tanque da asa esquerda tinha no máximo 160 litros de combustível e não 350 litros, conforme indicado no "liquidômetro", um equipamento que marca a quantidade do combustível. Os sensores foram instalados em posições trocadas e, assim, enviavam informações erradas ao painel de controle.

O advogado da empresa não concorda com o relatório. "A inversão desses equipamentos não foi a causa do acidente. Repito: o piloto poderia ter evitado o problema da falta de combustível se ele tivesse feito a checagem visual nos tanques de combustível. Ele não fez isso."

O laudo da Aeronáutica diz ainda que a tripulação poderia ter resolvido o problema --trazendo combustível do outro tanque, por exemplo--, mas que o piloto não seguiu os procedimentos de emergência para pane de motor e que ele não tinha treinamento para pilotar aquele avião.

No relatório, os técnicos apontaram também uma outra falha grave: a empresa MS Táxi Aéreo, responsável por transportar os apresentadores da Globo, orientava os pilotos a não informar nem anotar no diário de bordo os problemas que aconteciam com os aviões, para não serem obrigados a parar as aeronaves em oficinas de manutenção. E quando o piloto se negava a voar justificando a falta de segurança, ele era trocado por outro piloto de empresa terceirizada.

Novamente, o representante da MS Táxi Aéreo discorda do documento. "A segurança tanto dos pilotos quanto da tripulação é de interesse da empresa. Jamais adotaria uma prática semelhante", garantiu o advogado.

O avião, modelo Embraer 820C decolou de Estância Caiman, na cidade de Miranda, e seguia para Campo Grande (MS), em um trajeto de 230 quilômetros, quando sofreu uma falha. O piloto informou os controladores por volta das 11 horas. O avião fez um pouso de emergência em um pasto a 30 km de distância da capital do Mato Grosso do Sul.

A família foi socorrida e encaminhada para o hospital Santa Casa de Campo Grande, onde recebeu atendimento no setor de ortopedia. Após passarem pelos exames, os apresentadores foram transferidos para o hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Piloto foi suspenso

Em entrevista à TV Record, em março do ano passado, o piloto Osmar Frattini explicou que, mesmo estando apto para voar, foi suspenso pela empresa MS Táxi Aéreo até que as investigações sobre o acidente fossem concluídas. Ele revelou ainda que teve o salário reduzido em quase 80%, e que passava por dificuldades financeiras, à base de empréstimos.

O piloto, que tem 30 anos de experiência, disse na ocasião que se sente "como um pássaro sem asa, preso ao chão, habilitado, mas sem poder voar".


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1 comentários:

  1. Ele poderia ter feito isso ou aquilo, ter pousado na rodovia perto por exemplo. Acontece que tudo deve ser decidido em uma fração de tempo muito pequena para lidar com uma falha técnica dessa. Ele poderia ter feito melhor? Poderia, entretanto fez o melhor que ele pode no momento.

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