/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/w/D/EaMzhfTKaYHMLvtAvklw/img-9295.jpg)
Enquanto as negociações acontecem, as cerca de 120 aeronaves do acervo continuam no prédio de São Carlos (SP) em que eram expostas, sob os cuidados de voluntários apaixonados por aviação.
![]() |
João Amaro afirma que plano é transferir o acervo para São Paulo |
“Sabemos que muitas pessoas ficaram decepcionadas, porém toda magia do museu será devolvida brevemente”, afirmou o presidente do museu, João Francisco Amaro.
A ideia, segundo ele, é encontrar uma área de 100.000 m² em São Paulo e instalar um parque dedicado à aviação, com o museu, feiras, shows aéreos, paraquedismo, cursos, lojas e restaurantes.
Fechamento
O espaço foi inaugurado em 2006 e, em 2013, começou a enfrentar dificuldades para captar recursos federais destinados à cultura. O desequilíbrio nas contas levou ao fechamento do museu, o maior do mundo mantido por uma companhia aérea.
“Não tivemos outra opção senão fechar ao público o museu que havia se tornado a ‘Estrela da América do Sul’, como dizia um amigo da Colômbia. Sabemos que foi um choque para os amantes da aviação, porém era essa a realidade”, disse.
A decisão, para o professor Fernando Martini Catalano, foi uma pena. Integrante do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, ele ajudou a definir a área de instalação do museu e visitava o espaço com frequência.
“O fato de ele não estar mais aberto ao público é uma perda muito grande para todo mundo. A cidade perde, a região perde, o Brasil inteiro perde. Ali há vários aviões históricos, aviões que representam a indústria brasileira bem antes da Embraer, aviões que foram usados por nossa Força Aérea na Segunda Guerra Mundial. Era uma maneira das pessoas manterem a cultura aeronáutica bastante viva”, comentou.
Sobre a possível mudança para São Paulo, o professor afirmou que ela contribuirá para o aumento no número de visitantes, mas deu exemplos de museus instalados fora dos grandes centros e reforçou que nenhum espaço como esse sobrevive apenas com a venda de ingressos, é preciso haver subsídios.
“Outro museu do tipo no Brasil é o Museu da Força Aérea, no Rio de Janeiro, que também é longe do Rio. Tem que pegar um carro e ir embora”, disse. “Muitos museus de aviação na Inglaterra, por exemplo, não são em Londres. Pelo contrário, são bem longe de Londres”.

Frutos
Amaro relatou que, ao longo dos anos, as doações e cessões de aviões superaram as expectativas e o acervo cresceu além do esperado, atraindo milhares de visitantes de todas as partes do mundo.
“Temos a certeza de que, durante o tempo em que o museu funcionou, fomos os responsáveis pela formação futura de inúmeros pilotos, comissários, mecânicos ou outros profissionais ligados à aviação”, disse.
Além de atrair profissionais para o setor, outro resultado da criação do espaço foi a instalação do Centro de Manutenção da TAM, hoje Latam MRO, em São Carlos.
“É uma história que pouca gente conhece”, adiantou Catalano. O professor e alguns amigos ficaram sabendo da intenção dos irmãos Amaro de criar um museu e fizeram um convite para que fossem visitar a área da antiga Companhia Brasileira de Tratores (CBT). O terreno integrava a massa falida da empresa e, por seu tamanho, permitiu a criação também do centro de manutenção. “Historicamente, o museu veio antes da MRO”.

Futuro
“Recebemos propostas para levar o acervo para outras cidades, porém a nossa pretensão é mesmo montar em São Paulo, não só um museu, mas um grandioso parque de entretenimento voltado para a aviação”, afirmou Amaro.
Para isso, ele espera contar com o apoio dos governos estadual e municipal. “Encontrar uma área que possa abrigar esse projeto em São Paulo e que atenda seus requisitos não é fácil. Além do quê, seu custo evidentemente será altíssimo”, disse.
“O prefeito João Dória é muito simpático à causa porque sabe da sua importância para o turismo local e, sem dúvida, haverá de encontrar uma maneira de nos atender para que possamos construir um dos maiores museus do mundo”.
A Prefeitura de São Paulo foi questionada sobre os planos de instalação do museu, mas não se posicionou até a publicação desta reportagem.
0 comentários:
Postar um comentário