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Boeing 747 mais antigo em serviço é aposentado


Qui 24/8/2017 - O Boeing 747 em serviço ativo mais antigo do mundo finalmente vai poder descansar. O jumbo com matrícula N747GE, operado como plataforma de testes pelo fabricante de motores aeronáuticos GE Aviation, foi armazenado neste mês, após voar por mais de 47 anos. O último voo da aeronave foi realizado em 25 de janeiro deste ano, na Califórnia, nos Estados Unidos.

A longa carreira do 747 da GE começou no dia 17 de outubro de 1969, quando deixou a linha da montagem da Boeing em Everett, no estado de Washington. O modelo, um 747-100 (a primeira geração da aeronave), foi o 25º exemplar da série a ser produzido. Seu primeiro operador foi a extinta companhia aérea Pan Am, que o nomeou como “Clipper Ocean Spray” e o primeiro voo comercial da aeronave foi realizado no dia 3 de março de 1970.

Com a Pan Am, a aeronave voou por 21 anos, acumulando mais de 86.000 horas de voo e 18 mil ciclos operacionais (decolagem, voo e pouso) até ser repassado à GE, em 1992. Nas mãos do fabricante de motores, o veterano jato da Boeing somou mais 3.600 horas de voo e outros 775 ciclos.

O piloto de teste da GE, hoje aposentado, Phil Schultz, foi fundamental na aquisição do 747. “Eu fiz parte do esforço para comprar o avião. Passei por todo o processo, buscando o avião, selecionando o avião e o equipando, e especificando o que precisávamos, desde o sistema de dados até a engenharia de instalação dos motores”, contou.

A carreira do 747 da GE começou com a companhia Pan Am, em 1970 (Divulgação)
Depois de passar por uma série de modificações, como a remoção dos assentos do interior e o fortalecimento da asa esquerda, onde são testados os diferentes motores, o modelo renomeado como “Flying Test Bed” iniciou as operações com a GE em 1993, no centro de testes da empresa, no deserto de Mojave, na Califórnia.

Nos últimos 24 anos, a GE instalou 39 motores de 11 modelos diferentes no antigo 747. Os testes incluíram modelos de corpo largo, como o GE90 (hoje usado no Boeing 777), Genx (747-8 e 787) e o Engine Alliance GP7200 (Airbus A380). A aeronave também carregou propulsores projetados para jatos regionais, como o CF34 (Embraer E-Jets, Bombardier Challenger e CRJ e o Comac ARJ-21), CFM56 (737 e A320) e a nova série LEAP (A320neo, 737 MAX e Comac C919).


“Nós fizemos coisas com o 747 durante os testes de voo que ninguém com mente sã faria com qualquer avião”, disse Schultz. “Nós forçamos os motores para os seus limites, dia após dia, em situações de congelamento, clima terrível e outras condições de operação para garantir que um piloto em qualquer aeronave em qualquer lugar tivesse a capacidade de acionar o acelerador a qualquer momento ou em qualquer condição climática para obter o que era preciso.”

Gary Possert, outro piloto aposentado da GE, foi o comandante que mais vezes operou o antigo jumbo de testes, em 705 voos. “O 747 é um dos melhores aviões construídos na história da humanidade, na minha opinião. Muito estável, fácil de voar e extremamente confiável. Sinto falta do 747-100 Flying Test Bed.”

Com a aposentadoria do 747-100, a GE vai concentrar as experiências com novos motores em seu 747-400, comprado da Japan Airlines no final de 2010 e transformado em plataforma de testes.

Testador de novos motores

Outro fabricante de motores aeronáuticos que também utiliza um Boeing 747 em seus testes é a Pratt & Whitney, do Canadá. A empresa voa com um 747SP, modelo conhecido como “Baby Jumbo”. As avaliações mais recentes realizadas com o “avião-laboratório” da empresa foram com os propulsores PW1900G Pure Power, projetados para equipar a nova geração dos Embraer E-Jet 2 e o jato MRJ, da Mitsubishi.

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