Welter Mesquita Vaz. Tecnologia do Blogger.

Avião voa clandestinamente por 600 km sem reação da Força Aérea Argentina


Qui 7/9/2017 - No dia 20 de agosto, radares argentinos detectaram um “tráfego aéreo irregular”, que voou por mais de três horas sobre o país, mas a Força Aérea foi incapaz de reagir em tempo pela simples razão de não ter aviões.

O avião voou impunemente por três horas, ou cerca de 600 km dentro do espaço aéreo argentino. O fato deveria ser mantido em sigilo, mas acabou vazando.

Embora as autoridades argentinas estejam realizando tarefas constantes de controle de tráfego aéreo diurno, o avião não identificado entrou do Paraguai e seguiu para sudeste a uma velocidade de cerca de 200 km/h. O voo clandestino foi rastreado até desaparecer perto da fronteira com o Brasil. Acredita-se que tenha entrado no estado do Rio Grande do Sul.

“Estamos acostumados a este tipo de detecções, mas este caso é notável por duas razões. Primeiro, porque ele estava voando a meros 6.000 pés (2.000 metros), o que demonstra que o piloto não tentou se esconder do radar, e em segundo lugar, a certeza da impunidade, pois cruzou cerca de 600 km do espaço aéreo argentino”, disse um dos operadores do sistema de controle aéreo.

Na ocasião, dois turboélice IA-58 Pucará da Força Aérea estavam estacionado em Posadas (Misiones). As autoridades responsáveis pelo controle do tráfego aéreo determinaram que a intercepção não seria viável. Assim, a defesa aérea argentina teve de se contentar com uma atitude passiva perante uma clara violação da soberania aérea.

A Argentina não tem uma lei para abater aviões não identificados que, após repetidos avisos, recusam-se a obedecer e pousar. Esta tarefa é normalmente feita pelos Pucará, Tucano e logo mais pelo Pampa. Mas de acordo com vários pilotos consultados, os três aviões sofrem da falta de velocidade para a tarefa.

Como exemplo, um Learjet, um clássico na aviação executiva, desenvolve 900 km/h enquanto o Pucará mal chega a 500 km/h.

Quando uma aeronave entra no espaço aéreo argentino é detectada por um radar que compõem o chamado “Operativo Frontera“, os militares cruzam as informações com o Comando de Defesa Aeroespacial localizada na cidade de Merlo (Buenos Aires). Se não houver correspondência entre o plano de voo aprovado pela autoridade de aviação civil e o voo detectado, a Força Aérea tem o direito de, sem qualquer intervenção judicial, declarar o voo irregular e interceptar o aparelho.

O fato da aeronave em questão “desaparecer” da tela do radar enquanto ainda voava sobre o território argentino também expõe a qualidade do equipamento argentino. O país dispõe de radares em Tartagal, Ingeniero Juárez (Formosa), Las Lomitas e San Pedro. Todos de fabricação nacional. Há um radar em Resistencia e outra em Posadas de fabricação espanhola e um radar norte-americano na cidade de Saenz Peña na província de Chaco. Cada um destes radares tem um alcance de cobertura de cerca de 330 km.

Não é nenhum segredo que a Argentina não tem uma frota minimamente capaz de aeronaves na primeira linha de defesa para defender o espaço aéreo. O país está enrolado na compra de 12 unidades do turboélice “Texan”, esses aviões são adequados para o treinamento, não servem para a missão de interceptação dada a sua baixa velocidade.

Analistas argentinos de defesa dizem que a solução a curtíssimo prazo seria adquirir unidades de F-5 ou F16.

Fonte: Infobae


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