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Técnicos chegam em Rio Preto para apurar causas de acidente com monomotor


Ter 10/10/2017 - Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) chegaram há pouco a Rio Preto. Eles farão a perícia do local de acidente de avião que deixou três mortos no início da tarde desta segunda (9). O laudo com as causas do acidente será emitido pelo órgão federal. 

Acidente

Um avião Beechcraft Bonanza E-36A matrícula PT-DDB caiu em cima de uma casa na rua Noruega, no Alto Rio Preto. Os três ocupantes que estavam na aeronave morreram. Ela vinha de Tangará da Serra (Mato Grosso) com destino a Rio Preto.

O avião pertencia ao Hotel Sakr e estava no nome do dono da empresa, William Rayes Sakr, de 59 anos. Ele pilotava o aeroplano e faleceu no local. Ele é um dos sócios do Espaço Philadelpho, espaço de food trucks, de um hotel fazenda, de uma pousada e uma indústria em Penápolis.

O segundo ocupante era Caique Caciolato, 25 anos, dono da rede Açaí de Rua. Segundo Joaquim Miranda, cunhado da vítima, ele estava em Tangará da Serra porque pretendia abrir novas unidades da rede na região. Há poucas horas, ele havia postado em seu Facebook a imagem da asa do avião. Ele é um dos sócios do Espaço Philadelpho, espaço de food trucks.

O terceiro ocupante é o médico Allyson Lima dos Santos Verciano, de 33 anos.

Na residência havia três pessoas e nenhuma delas ficou ferida. Valdir da Silva, 71, aposentado, estava no quintal, pegando uma vasilha para tratar de passarinhos, quando ouviu o estrondo. A seu lado estava seu cuidador. A faxineira Lúcia estava no banheiro quando ouviu uma grande explosão. Ela foi ver o que havia acontecido, percebeu que os outros dois estavam bem e acionou a Polícia e os Bombeiros.

"Graças a Deus meus netos não estavam em casa", disse Sandra Oliveira Silva, 61, esposa de Valdir. Segundo ela, as crianças costumam brincar na piscina perto de onde o avião caiu, mas vão mais aos finais de semana.

O ano de fabricação da aeronave é de 1960. O coronel Carlos Lamin, da Defesa Civil, confirmou que há vazamento de combustível no local da queda. Os Bombeiros já jogaram produtos para neutralizar as substâncias.

Corpos das vítimas são retirados

Está em curso a retirada dos corpos de William Rayes Sakr, Caique Caciolato e Allyson Lima dos Santos Verciano dos escombros do avião que caiu nesta segunda-feira, 9, em uma casa do Alto Rio Preto. Eles serão encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Rio Preto.

A aeronave só deverá ser retirada a partir das 19h30, quando uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deve chegar.

Ao ver o corpo de Caique, que era filho único, já dentro do carro funerário,sua mãe, Renata, abalada e inconformada gritava: "Por que eu não posso ver? Deus,por que fez isso? Por que, Deus, fez isso? Que dureza, meu Deus! E agora, meu Deus?". As famílias poderão ver as vítimas apenas no IML.

A noiva de Caique, que não quis falar com a reportagem, conversou com ele antes da queda. Ela contou para familiares que ele teria dito que chegaria em 15 minutos. "Nós íamos almoçar. Depois disso, fiquei ligando, ligando, ligando e o celular não atendeu mais", afirmou.

O empresário Marcos Floriano, 45 anos, era amigo de Caique. "Era uma pessoa muito boa, maravilhosa, amado. Gostava de todo mundo. Era um moleque de ouro e ao mesmo tempo guerreiro."

A Defesa Civil vistoriou os dois imóveis atingidos e constatou que não há problemas estruturais. Um assistente social e um psicólogo da Defesa Civil estão acompanhando os familiares das vítimas, que estão muito abalados.

Segundo a assistente social Tânia Garcia, a mãe e a namorada de Caíque Caciolato estão descrentes do que aconteceu, pois ainda não tiveram acesso aos corpos - as equipes de resgate não permitem que as famílias vão até o local.

Nas proximidades do local fica a Creche Meu Amor, que tem 118 alunos de quatro a cinco anos. De acordo com a diretora Cristiane Zanelli, todos dormiam no momento do acidente e não ouviram o barulho causado pelo impacto. Assustadas, muitas famílias foram buscar suas crianças.

Piloto já havia caído em Rio Preto em 2011

O piloto William Rayes Sakr, do avião de pequeno porte que caiu na tarde desta segunda-feira, 9, em Rio Preto, já havia caído no loteamento Vista Alegre, próximo à Vila Azul, na manhã do dia 19 de janeiro de 2011.

Matéria do Diário do dia 20 de janeiro daquele ano dizia que na época, o monomotor modelo Bonanza, prefixo PP-BIL, decolou às 8h20 de um aeroporto particular na fazenda Santa Inês, com cinco ocupantes, todos da mesma família.

O destino na ocasião era Guarapari, no litoral do Espírito Santo, e o piloto – Wilian Rayes Sakr - teria dito aos Bombeiros que o avião caiu logo após a decolagem porque não conseguiu alcançar altitude suficiente. Wilian só conseguiu parar 40 metros distante da queda, ao atingir o muro de uma chácara onde não morava ninguém.

Na época, no site da Agência Nacional de Aviação (Anac) constava que a aeronave estava irregular, com documentação vencida, e, portanto, não poderia levantar voo. Segundo funcionários do aeroporto de Rio Preto “Professor Eribelto Manoel Reino”, o plano de voo na época não havia sido informado. Na ocasião o avião ficou destruído. 


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