Policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) passaram a contar com um poderoso “espião aéreo” nas operações e patrulhamentos de rotinas nas comunidades do município. O batalhão, que tem 793 PMs, é o primeiro do estado a utilizar um drone (zangão em inglês) — pequeno aparelho não tripulado e controlado eletronicamente —, com capacidade de fotografar e filmar ambientes, inclusive à noite, até a uma altura de dois mil metros, no reforço da segurança.
“O equipamento está em fase de testes, mas os agentes do Serviço Reservado (P2) que o operam, já colhem bons resultados”, garante o comandante da unidade, o tenente-coronel Sérgio Amâncio de Souza Porto. Segundo ele, o drone tem facilitado as incursões da polícia em alguns locais de difícil acesso e conflagrados por traficantes.
Imagens do alto orientam a polícia quanto ao posicionamento e a movimentação dos bandidos, o tipo de armas que as quadrilhas estão usando e onde estão se escondendo, evitando ainda que as equipes caiam em emboscadas. Os agentes garantem que o equipamento ajudou na localização e prisão de uma parte dos mais de 180 presos nos últimos dois meses, com a apreensão de pelo menos 60 armas, entre elas nove fuzis.
No dia a dia, o drone vem sendo utilizado também para ajudar os PMs a reprimir bailes funk não autorizados e promovidos por traficantes; na repressão a motos em situação irregular, utilizadas principalmente por assaltantes e ladrões de carros; e na localização de bocas de fumo itinerantes.
De acordo com agentes da P2, o drone tem feito sobrevoos regularmente sobre as favelas tidas pela polícia como as mais perigosas do município, como a do Lixão, onde um PM foi baleado na sexta-feira, Vai Quem Quer e Jardim Gramacho. A ‘geringonça’ voadora também mapeia caminhos e tenta obter pistas, com base no Disque-Denúncia (2253-1177), pra localizar foragidos da Justiça, como Jackson Neres Batista, o Charlinho do Lixão ou da Vila Ideal, o mais procurado. Líder do Comando Vermelho, Charlinho é sucessor do pai, Charles Batista, o Charles do Lixão.
No ano passado, o DIA mostrou com exclusividade como empresários do comércio iniciaram testes de drones para evitar a ação de assaltantes e sequestradores em shoppings do Rio. Segundo os representantes dos centros comerciais, a intenção é detectar do alto ações de bandidos para que vigias e a Polícia Militar possam ser acionados. Uma diária para captação de imagens aéreas por drone pode custar de R$ 1,5 mil a R$ 6,8 mil, dependendo do tipo de equipamento, câmeras e risco ao equipamento.
Betim-MG usa drone contra Aedes
A Prefeitura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, começará a utilizar, a partir de fevereiro, drones que vão auxiliar no combate à dengue no município. Essa é uma das ações criadas pelo Executivo que visam acabar com o problema na cidade.
O aparelho, que já é utilizado em Belo Horizonte e Goiânia, por exemplo, será um aliado importante. Ele vai sobrevoar áreas fechadas, como lotes vagos murados e casas sem moradores e abandonadas, as quais os agentes não têm acesso. Com as imagens, as autoridades de saúde de Betim poderão identificar os focos do Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, febre chikungunya e zika vírus, e iniciar o combate.
“Hoje há resistência por parte dos moradores em receber em suas casas agentes de combate a endemia, por causa da violência. Por isso, a utilização do drone irá ajudar a fiscalizar essas áreas residenciais e verificar onde há material que pode gerar depósito de água e servir de criadouro do mosquito”, explicou o prefeito Vittorio Medioli (PHS).
A preocupação do chefe do Executivo tem base em números. Em 2015, o município recebeu o título de “capital mineira da dengue”, com 26.138 casos notificados. Já no ano passado, Betim foi apontada como a quarta cidade em Minas com mais notificações, totalizando 19.074 registros. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram cinco mortes confirmadas nos anos de 2015 e 2016. Neste ano, são 35 casos notificados e 11 confirmados.
Antes de definir os locais a serem sobrevoados, a administração municipal realizou, entre os dias 2 e 13 de janeiro, em 8.200 imóveis, o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que permite acompanhar mais de perto a proliferação dos possíveis criadouros do mosquito e identificar as áreas com maior incidência da doença.
Conforme a Secretaria de Saúde, o índice geral do município foi de 1,5%, definindo uma situação de médio risco. Pelo levantamento, a região com maior índice de infestação é a Alterosas. Nessa região, os bairros com maior infestação foram Bueno Franco, Jardim Brasília, Espírito Santo e Niterói, todos com o índice de 3,7%.
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