Parte das pistas na Terra Yanomami não são homologadas junto à Anac.
Segundo índios, paciente picado por cobra espera há 5 dias.
Dennis Barbosa
Do Globo Amazônia, em São Paulo
Índios estão sem atendimento médico na Terra Yanomami, que se divide entre os estados de Roraima e Amazonas, porque aviões contratados pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) não podem pousar em pistas não homologadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O fato foi denunciado pelos indígenas e confirmado pela Funasa.
A Terra Indígena Yanomami se divide entre os estados de Amazonas e Roraima. (Foto: Editoria de Arte G1)
De acordo com a Hutukara Associação Yanomami, há pelo menos dois pacientes esperando remoção para Boa Vista em comunidades isoladas. As aldeias só podem ser alcançadas de avião.
Um dos pacientes, de acordo com Dário Vitório Xirian, diretor da Hutukara, foi picado por uma cobra há cinco dias e está com a perna apodrecendo.
Xirian não soube precisar o número de comunidades que ficaram sem atendimento, mas apontou que são 14 as pistas não homologadas na reserva.
Segundo informa a assessoria de imprensa da Funasa em Roraima, boa parte das pistas usadas na Terra Yanomami foi construída por garimpeiros que exploravam a região e não estão dentro das especificações da Anac.
Ainda assim, a fundação as utilizava porque eram a única forma de acesso. Desde a semana passada, a empresa área contratada para transportar os funcionários da Funasa e os pacientes tem se recusado a voar para o local em cumprimento à Anac.
A Funasa afirma que pedir a homolagação das pistas junto à Anac é responsabilidade da Funai. O pedido já teria sido feito. A Funai respondeu solicitação de detalhes feita pelo Globo Amazônia até o fechamento desta reportagem.
Não há previsão para que os voos à Terra Yanomami sejam retomados. Os yanomami somam 17 mil pessoas divididas entre 300 comunidades.
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