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Dois acidentes com ultraleve em Minas

Duas pessoas morreram e três ficaram feridas em dois acidentes com ultraleves no final de semana. No mais grave, em Bom Jesus do Amparo, morreram o empresário Marcos Lúcio Bom Conselho, dono do Grupo Cotemig, e seu filho Gladston do Bom Conselho


Celso Martins - Repórter - 24/10/2010 - 06:32



Duas pessoas morreram e três ficaram feridas em dois acidentes com ultraleves registrados no final de semana em Minas Gerais. No mais grave, em Bom Jesus do Amparo, na Região Central do Estado, morreram no sábado o empresário Marcos Lúcio Bom Conselho, 60 anos, dono do Grupo Cotemig, e o filho dele, Gladston do Bom Conselho, 36 anos. Duas horas após a queda, uma outra aeronave do mesmo porte caiu em Capitólio, no Sul de Minas, ferindo duas pessoas, uma grave e outra levemente. Dos 4 mil ultraleves em uso no Brasil, cerca de 200 são de Minas Gerais.



Especialistas do setor alertam que há risco de aumento de acidentes envolvendo ultraleves. O motivo é que o curso de preparação para os pilotos exige menos tempo de voo em relação a outras aeronaves regulamentadas pelo Centro de investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Como os ultraleves não são homologados pelo órgão, também não são investigadas as causas dos acidentes.



O piloto da Polícia Civil de Minas Gerais Alexandre Antônio Alves, treinado pelo Cenipa para investigar as causas dos acidentes no Estado, informou que os pilotos de aviões leves, como o que caiu em Bom Jesus do Amparo, são obrigados a fazer uma inscrição na Associação Brasileira de Ultraleve e uma prova teórica. São exigidas 15 horas de voo.



“Mesmo não sendo uma aeronave homologada pelo Cenipa, os pilotos de ultraleve são obrigados a seguir as normas de navegação brasileira. Eles são obrigados a informar o plano de voo, com a rota, quantidade e nomes de passageiros. A legislação não permite que este tipo de avião decole de um aeroporto internacional”, informou.



Em Minas, são 87 filiados à Associação Brasileira de Ultraleves. A entidade cobra R$ 244,80 de taxa de inscrição. O curso de piloto custa até R$ 6 mil, e uma aeronave nova pode ser comprada por R$ 150 mil, um modelo mais simples. Duas fábricas de ultraleves estão instaladas no Estado: uma em Belo Horizonte, e outra em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.



Segundo Alexandre Alves, o aquecimento da economia está motivando o aumento da demanda por este tipo de aeronave. Esta seria uma das razões do aumento dos acidentes. No ano passado, ele fez perícia de dois casos com três mortes em Minas.



“Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem por falhas na operação do ultraleve. Além de serem aeronaves de qualidade inferior em relação as que são homologadas, elas exigem mais experiência na operação. Um dos cuidados é com relação ao peso de, no máximo, uma tonelada”, lembrou Alves. Em algumas cidades como Belo Horizonte, o Cenipa exige que os ultraleves tenham rádio de comunicação e transponder, equipamento que identifica no radar a localização do avião.



O perito Paulo Ademar de Souza Filho, especialista em aviação, defende que os acidentes com ultraleves sejam investigados pelo Cenipa, o que vai permitir ajustes pelos fabricantes. Paulo Ademar disse que o órgão parou de fazer perícia neste tipo de aeronave pelo alto custo com o deslocamento de profissionais do Rio de Janeiro.



O empresário Marcos Lúcio do Bom Conselho, cremado neste domingo no Parque Renascer, em Contagem, onde também foi enterrado o seu filho, Gladston do Bom Conselho, tinha experiência de 31 anos em pilotar aviões homologados pelo Cenipa. Amigos e familiares disseram que o empresário não pretendia pousar o ultraleve na sua fazenda em Bom Jesus do Amparo, porque a pista de sua fazenda não estava pronta.



A diretora executiva da Faculdade e Colégio Cotemig, Moema Belo, disse que o empresário estava sobrevoando sua fazenda para tirar fotos da reforma recente e da pista que estava em fase de acabamento.



O ultraleve partiu do Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, por volta das 13 horas de sábado. A aeronave caiu a um quilômetro da Fazendinha Peão, em um barranco, próximo a uma estrada de terra. Para Moema Belo, a causa mais provável da queda é uma falha mecânica, já que Marcos Lúcio tinha experiência, era cauteloso, e o ultraleve estava com o tanque cheio

Fonte: Jornal hoje em dia
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1 comentários:

  1. Alguns comentários a respeito do assunto. Os ultraleves não são investigados e muito menos homologados pelo CENIPA. As características técnicas definem quais as aeronaves são classificadas como ultraleves. Por serem consideradas aeronaves aerodesportivas, a ANAC entende que o voo é por conta e risco do piloto e assim não toma nem conhecimento do assunto. DA mesma forma, a ANAC, apesar de existir legislação sobre o assunto, se omite ao não emitir Certificado de Piloto Desportivo ou de Recreio, deixando com a ABUL tal responsabilidade, abdicando dos seus deveres como Agencia. Enquanto permanecer essa situação, outros acidentes continuarão acontecendo, sem sabermos as causas, sem a devida formação dos pilotos, sem o devido conhecimento das regras de tráfego aéreo, sem a devida fiscalização, sem o necessário registro de aeródromo (sítio de voo), mas com a devida arrecadação da ABUL e omissão da ANAC.

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