SANTIAGO/BUENOS AIRES, 21 Ago (Reuters) - O regulador aeroportuário da Argentina intimou a unidade local do grupo Latam Airlines a deixar o hangar que opera no aeroporto de voos domésticos em Buenos Aires, disse nesta quarta-feira a empresa, o que tonaria praticamente inviável a sua operação no país.
O Organismo Regulador do Sistema Nacional de Aeroportos (ORSNA) deu 10 dias de prazo para a unidade argentina da Latam Airlines deixar o hangar que usa para manter seus aviões no aeroporto Jorge Newbery na capital argentina, de onde opera sua frota de 12 aviões Airbus A320 para 14 destinos no país.
"Nós acreditamos que a decisão é ilegítima e estudaremos tomar todas as ações legais necessárias para reafirmar nosso contrato", disse em uma teleconferência com analistas, o vice-presidente de planejamento, gestão e estudos da Latam, Roberto Alvo.
A LAN é a principal rival da Aerolíneas Argentinas, controlada pelo Estado argentino.
O ORSNA não quis comentar em Buenos Aires sobre a intimição da LAN Argentina, que diz ter um contrato de arrendamento do hangar válido até 2023.
Sem o hangar, seria impossível manter a frota de curta e média distância da LAN na Argentina, o que coloca em risco a operação da empresa no país, disse um porta-voz da LAN em Buenos Aires.
O porta-voz acrescentou que o ORSNA justificou sua decisão porque a filial argentina da Latam não pertence ao Estado e não opera voos domésticos e internacionais desde o terminal. A LAN Argentina oferece voos ao exterior a partir do aeroporto de Ezeiza, nos arredores de Buenos Aires, com uma frota de aviões Boeing 767-300.
As ações da Latam caíam 5,72 por cento às 15h46 (horário de Brasília) na bolsa chilena, pressionadas pela intimição do regulador argentino e pelo prejuízo do segundo trimestre anunciado na noite de terça-feira.
Alvo acrescentou que a decisão do ORSNA não é uma ação isolada. "Parece estar em linha com o aumento do nível de ações contra nós e que prejudicam nossas operações na Argentina", afirmou, sem dar mais detalhes.
A empresa estatal Intercargo - dedicada ao manuseio de bagagens e distribuição das pontes de embarque (fingers) nos aeroportos, entre outras responsabilidades - deixou de prestar serviços a LAN por alguns dias em maio, por uma disputa sobre o valor pago pela empresa aérea.
(Por Redação Santiago)
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