Ampliação de pista pode levar à suspensão de decolagem para cidades como Lisboa e Miami
PUBLICADO EM 15/08/13 - 03h00
A pista do aeroporto de Confins tem que ser ampliada antes da Copa do Mundo. Mas a obra, embora necessária, ameaça os voos internacionais que partem de Belo Horizonte rumo a Portugal, Panamá, Miami e Buenos Aires, com diversas conexões para o mundo inteiro. O ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, confirmou ontem, em conversa ao telefone com o senador Aécio Neves, que há chances de esses voos serem suspensos durante a expansão da pista.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) não confirmou se os voos internacionais serão interrompidos. No entanto, adiantou que, assim como toda reforma, por medidas de segurança, alguns voos podem ser alterados, mas sempre com planejamento prévio. Por meio da assessoria de imprensa, a estatal disse que ainda está apresentando propostas às companhias aéreas e aos órgãos envolvidos nas operações aéreas.
A data ainda não está definida, entretanto, a própria Infraero afirma que será “em breve” e explica que “todas as interdições de pistas que interferem na programação dos voos e em eventuais alterações nos critérios de pousos e decolagens são definidas com seis meses de antecedência, conjuntamente entre a Infraero, empresas aéreas, Anac, Decea e SAC, de forma a que as companhias tenham tempo para reprogramar seus voos, avisar aos passageiros sobre mudança de horário ou cancelamento de voos, assegurando todos os direitos previstos ao usuário do transporte aéreo nas normas da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac)”.
De acordo com o senador Aécio Neves, a interrupção dos voos internacionais para Confins significaria imediatamente “a interrupção do fluxo de negócios, com enorme abalo na economia de Minas Gerais”, e do fluxo de turismo, que, segundo ele, vem crescendo de forma muito sustentável em todo o Estado.
“Conversei com o ministro Moreira Franco, dizendo a ele que existem duas alternativas. A primeira delas, que já deveria ter ocorrido há muitos anos, seria o início imediato da construção da segunda pista, e, depois, aí sim, amplia-se a primeira. Ou então, as obras deveriam ocorrer no período noturno, onde, aí sim, o aeroporto poderia ficar fechado durante toda a madrugada. A cada madrugada alguns metros seriam feitos sem que houvesse a necessidade da interrupção desses voos”, sugere o senador.
A questão é que a segunda pista está prevista para 2016 e ficará a cargo de quem vencer a concessão, que tem leilão marcado para outubro. E a ampliação da pista já existente precisa ficar pronta antes da Copa do Mundo, no ano que vem. E, em relação à paralisação de madrugada, é preciso lembrar que a maioria dos voos internacionais sai de Confins nesse horário, como o voo da Copa para o Panamá (1h33) ou o da Aerolineas Argentinas, para Buenos Aires (1h45).
Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Aviação Civil não havia retornado às ligações da reportagem para comentar o assunto.
Fonte: Jornal o Tempo
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