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Canadá nega injeção de recursos na Bombardier


O governo do Canadá negou que vá injetar 1 bilhão de dólares canadenses (US$ 735 milhões) adicional na fabricante de aeronaves Bombardier, em resposta a questionamentos do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). "O governo do Canadá não está considerando fazer esse investimento", diz a resposta oficial de Ottawa em documento que circulou ontem para os outros 163 países membros da OMC.

Embora isso possa ser visto como uma boa notícia para a Embraer, fontes próximas do contencioso entre os dois países constatam que as respostas canadenses não são claras sobre outras ajudas que podem vir por parte do governo federal e da província do Quebec para a Bombardier.

Em fevereiro, o Brasil apresentou queixa contra o Canadá na OMC por concessão de subsídios à Bombardier. A Embraer continua preocupada com a concorrência que estima ser turbinada por bilhões de dólares de ajuda pública ao seu concorrente para o desenvolvimento do modelo C-Serie. Segundo fontes brasileiras, o governo canadense forneceu US$ 2,5 bilhões de subsídios para a Bombardier nos últimos anos. Isso permitiu à companhia oferecer abatimento de preço sem igual e conquistar encomendas importantes em disputa com a Embraer.

Para certos analistas, a Bombardier, para assegurar a produção sustentável de seu novo jato regional, precisará continuar recebendo ajuda governamental.

No começo do ano, a imprensa canadense publicou que o rival da Embraer no mercado de jatos regionais estava justamente negociando a injeção de mais 1 bilhão de dólares canadenses pelo governo federal.

Antecedendo reunião do Comitê de Subsídios, o Brasil indagou então ao Canadá qual o status desse apoio adicional para Bombardier. Além da negação sucinta, os canadenses respondem outras questões de maneira vaga.

O governo canadense diz que seu apoio aos programas de inovação, pesquisa e desenvolvimento na Bombardier não visou substituir financiamento comercial, e que espera receber "uma taxa de retorno apropriado para as contribuições". Mas os detalhes dos termos do pagamento pela companhia aos cofres públicos, é considerado "confidencial".

Quanto ao montante de 1,5 bilhão de dólares canadenses fornecido no começo de 2016 pela Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ), o governo canadense diz que essa instituição tem estratégia própria de investimentos que não é determinada pelo governo da província do Quebec.

Sobre o contencioso aberto pelo Brasil, o período de consultas de 60 dias entre os dois países, para tentar uma solução, não foi bem sucedido. Nas reuniões de março em Genebra os canadenses pouco responderam aos questionamentos brasileiros. Agora o Brasil deve decidir se pede já ou mais tarde o painel (comitê de especialistas) na OMC contra o Canadá.


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