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Acionistas fazem aporte de R$ 93 milhões para manter aeroporto de Natal


Sab 9/9/2017 - Para manter o Aeroporto Internacional de Natal operante, os acionistas da Inframerica fizeram aportes de R$ 93,6 milhões ao longo de 2016. A informação consta no relatório de Demonstrações Financeiras da Inframerica Concessionária (empresa que administra o terminal aeroportuário) publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) na quinta-feira, 7. O documento, confeccionado entre janeiro e fevereiro deste ano detalha, ainda, que a operadora acumula “excesso de passivos sobre ativos circulantes no encerramento do exercício (2016) no montante de R$ 44,2 milhões e passivo a descoberto no montante de R$ 159,1 milhões”.

Inframerica afirma que movimento de aeronaves e passageiros no aeroporto subiu em 2017

Os auditores da Pricewaterhouse Coopers, empresa responsável pela confecção do Demonstrativo Financeiro, destacaram que “essa situação, adicionada a não realização, até o exercício de 2016, da projeção inicial apresentada no projeto de concessão de curva de passageiros e, consequentemente, do resultado esperado (…), suscita dúvida substancial sobre sua continuidade operacional”. No mesmo documento, composto por um relatório administrativo produzido pela própria Inframerica, há um comunicado aos acionistas.

Nele, a incorporadora relembra que “ o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, leiloado em 2011 como projeto-piloto das prvatizações do setor aeroportuário do Brasil, tem tido suas projeções de crescimento frustradas diante da recessão econômica. O terminal potiguar enfrenta uma redução de 15% na movimentação de passageiros entre os anos de 2015 e 2016. Desde o início da concessão em 2012, fatores econômicos adversos e obras não previstas no escopo inicial, levaram ao aumento de custos e à redução das receitas. Como forma de viabilizar a recuperação do projeto, a empresa solicitou o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, ensejando o depósito em juízo do valor da outorga em janeiro de 2016”.

O relatório da administração do terminal aponta, ainda, que “a Receita Líquida de 2016 obteve um crescimento de 5,1% em relação a 2015.O custo operacional de 2016 diminuiu em 7,3% em relação a 2015, apresentando uma melhora de 15,7% na margem. Apesar de um EBTIDA (a sigla em inglês para earnings before interest, taxes, depreciation and amortization, que traduzido literalmente para o português significa: "Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 142 mil, houve um salto considerável em relação ao EBTIDA negativo de R$ 5,163 milhões de 2015”.

Também em 2016, a “a Administração da Companhia empenhou esforços em buscar alternativas para equialização do passivo financeiro do projeto, sujo serviço da dívida é atualmente superior à sua geração de caixa operacional. Nesse sentido, estão sendo negociadas novas condições para o contratos de financiamento do BNDES”. Além disso, a Inframerica quer que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA), ligado ao Ministério da Defesa, assuma a gestão da Torre de Controle do sítio aeroviário.

“Considerando que é uma operação deficitária, a Inframerica Concessionária do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante protocolou junto ao Ministério dos Transportes a solicitação de transferência da Torre de Controle de Operações para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DCEA. O êxito deste pedido irá proporcionar uma redução significativa dos custos operacionais desse projeto. Mediante esse cenário, no intuito de manter a capacidade operacional do Aeroporto, os acionistas fizeram aportes no montante de R$ 93,6 milhões, perfazendo um total já aportado desde o início da concessão de R$ 388,1 milhões, demonstrando o comprometimento com o projeto”, afirmaram os administradores do Aeroporto.

O outro lado

Em nota, a Inframerica informou que “o Aeroporto é um negócio de capital intensivo, ou seja, a demanda inicial de investimentos é alta e o retorno financeiro é de longo prazo. O Aeroporto de Natal que foi um projeto greenfield (construído do zero), ao contrário das demais concessões, completou três anos de operação em junho, um empreendimento muito recente. A performance vem melhorando e evoluindo, devido a medidas que a empresa vem adotando. Todo o investimento deverá ser amortizado durante o prazo de concessão.

A concessionária acredita no potencial e no forte atrativo turístico da região. O demonstrativo financeiro citado é de janeiro de 2017 e tem como análise o ano base 2016. A retomada da economia e as perspectivas de crescimento e movimentação para 2017 são otimistas. No 1º semestre deste ano o Aeroporto de Natal mostrou uma retomada e o fluxo de passageiros que registrou um movimento de 1.218.218 passageiros, 7,2% maior que o mesmo período de 2016. A movimentação de aeronaves também cresceu, foram 9.612 pousos e decolagens, 3,6% (335 voos) a mais que 2016”.


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