Sab 23/9/2017 - O anúncio de uma entrevista coletiva sobre a operação conjunta no Brasil do grupo franco-holandês Air France KLM e Gol Linhas Aéreas, a ser realizada nesta segunda-feira, 25, em São Paulo, elevou a expectativa dos fortalezenses para que a cidade seja a escolhida - em detrimento de Recife e Salvador - do Nordeste para receber um voo direto para Paris (França) e sediar, ano que vem, um hub. E, caso Fortaleza seja contemplada com um centro de conexões de voos, que estrutura o aeroporto tem hoje para recebê-lo?
Com 5,3 milhões de metros quadrados (m²) de área total de sítio aeroportuário, o equipamento conta com a possibilidade de passar por obras de expansão e atender a nova demanda. Pelo menos, nos próximos 20 anos, projeta a arquiteta e diretora de Planejamento do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Lia Parente. Porém, depois deste período, avalia como necessária a construção de um aeroporto na área metropolitana, tendo em vista a progressão no movimento de passageiros e cargas em uma área que já afeta o desenvolvimento da cidade.
“O aeroporto está no meio da área geográfica da cidade e criou uma barreira. Há um pouco de ruído naquele ponto e a cidade vai tentar mitigar isto. Estamos sugerindo que já se planeje um aeroporto metropolitano, mas num curto prazo isto não tem condição de acontecer”, pondera.
A sugestão do aeroporto metropolitano não consistiria necessariamente em desativar o aeroporto onde hoje opera. Mas seguir Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, que mesclam operação em aeroportos de diferentes portes. A ideia de Parente é que o aeroporto fora do espaço central seja voltado para atender demandas internacionais e de cargas, enquanto que o atual passe a ofertar apenas serviços ligados a voos domésticos.
Para Carlos Grotta, especialista em transporte aéreo e infraestrutura aeroportuária do Centro Paula Souza, em Guarulhos (SP), a concessão do Pinto Martins à empresa alemã Fraport, que já trabalha com hubs, vai contribuir para colocar o equipamento na rota de voos de companhias internacionais. Aponta ainda que Fortaleza tem vantagem na disputa pelo hub, pois já foi destino da KLM.
Conforme a Infraero, o terminal de passageiros do aeroporto tem 38,5 mil m² e a média diária de movimentação no primeiro semestre de 2017 foi de 15,5 mil passageiros, incluindo embarques e desembarques. 110 é a média diária de voos no equipamento, entre chegadas e partidas.
Detalhes
- Em Fortaleza, é oferecida isenção de ICMS para empresa que construir, operar e instalar um hub;
- A isenção total do ICMS, porém, só ocorre mediante um número mínimo de voos diários, sendo 14 internacionais;
- Ainda há redução de 2% nas alíquotas do ISS para serviços prestados e tomados pela companhia aérea;
- Entre incentivos, ainda há isenção de IPTU e ITBI sobre os imóveis adquiridos para serem utilizados como estabelecimentos do hub.
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