Na aeronave havia três passageiros, que não se feriram gravemente. Causas da queda serão investigadas pela Aeronáutica
O helicóptero do senador Wilder Pedro de Morais (DEM-GO) caiu na tarde de ontem. O acidente aconteceu no Setor Chácara Recreio São Joaquim, em Goiânia. A aeronave modelo Eurocopter Esquilo, de prefixo PT-YSW, está em nome da construtora do senador e era navegada pelo mesmo piloto que estava com o cantor Marrone, na queda da aeronave pilotada pelo cantor, em maio passado. As causas da queda serão investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e os técnicos da Aeronáutica chegam a Goiânia ainda hoje.Havia três pessoas no interior da aeronave, no momento da queda, segundo o comandante do Grupo Aeropolicial de Goiás, major Ricardo Mendes. “O helicóptero era pilotado por Almir Carlos Bezerra, que é amigo de Wilder Morais.” A informação foi confirmada pelo coronel da Polícia Militar na reserva, Jorge Alves Sobrinho, piloto responsável pela aeronave, que no incidente estava no banco de trás, na condição de passageiro. “Duas pessoas controlavam o helicóptero – o piloto Almir, o qual conheço, e Osvaldo, que não o conheço, mas estava como copiloto”, disse, em entrevista coletiva.
O coronel Sobrinho acrescenta que em 22 anos de Aeronáutica nunca passou por uma situação parecida. “Já tomei até tiro de bandido durante voo, mas nunca uma aeronave caiu comigo. É uma situação delicada e me deu uma sensação de impotência enorme, estando no banco de trás e vendo tudo girar em minha volta, com os barulhos de pane, na cabine”, descreveu.
A assessoria de imprensa do senador Wilder informou à reportagem do DM que a aeronave passou por manutenção no dia 4 de dezembro. A assessoria jurídica da construtora do senador, adiantou que há cinco anos a aeronave pertence à empresa. O coronel Sobrinho ainda acrescenta que restavam 50 horas de voo para a próxima manutenção.
O local foi mantido durante todo o dia e noite sob guarda de policiais militares e bombeiros militares. “Deveremos ficar aqui o tempo todo e preservar o local da queda até a chegada dos profissionais do Centro Regional de Investigação e Prevenção a Acidentes (Ceripa) VI, de Brasília, que atendem hoje (ontem) dois acidentes aéreos, na área de abrangência”, disse Ricardo Mendes.
ESTRONDO
Caseiro que trabalha numa chácara aos fundos de onde aconteceu o acidente notou o barulho do impacto da aeronave com o chão. “Acredito que a hélice quebrou. Vi que eles (os tripulantes) saíram rapidamente, com medo de pegar fogo. O barulho foi demais. Vi que dois deles saíram meio tontos. Um saiu debilitado e outro carregado nos braços”, descreve.
O coronel Sobrinho, descreve com riqueza de detalhes o acontecido: “Os dois rapazes haviam pedido ao (senador) proprietário da aeronave para fazer um sobrevoo, o que foi autorizado. Mas antes, como sou o responsável pelo helicóptero, resolvi fazer um voo curto, de reconhecimento, que deve ter durado entre 10 e 15 minutos”, conta.
“Sentado no banco de trás, Almir no comando, e Osvaldo como copiloto. Fizemos o voo de reconhecimento e tudo ia muito bem, mas na volta, já com baixíssima velocidade e altura, o rotor de cauda descontrolou e bateu no chão. Isso provocou a quebra da cauda e, em seguida, um giro no próprio eixo da aeronave, que caiu em seguida. Foi tudo numa fração de segundos. Pensei comigo mesmo: ‘Em 22 anos de piloto eu nunca caí e justamente como passageiro eu caio. É muito azar.’ Mas ainda bem que estou aqui contando história, sem nenhum ferimento. Os outros dois rapazes não estão aqui (no local da queda), porque tomaram rumo e eu fiquei, porque sou o responsável pelo helicóptero”, contou Sobrinho.
O piloto coronel Sobrinho acredita haver algum tipo de falha para acontecer o que houve com a aeronave. “Esse tipo de acidente é peculiar porque é típico de quando se perde o controle do rotor de calda. E tudo indica que foi o que aconteceu, mas somente a investigação do Ceripa para apurar as causas. Só sei que essa aeronave é um projeto dos anos 60 e todos os acidentes por falha mecânica que deveriam acontecer com esse modelo, já aconteceram. Agora, 90% das quedas, são por falha humana. Vamos ver o que ocasionou esse acidente”, diz.
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