O maior avião militar fabricado no Brasil, o KC-390, está em fase final de testes em Gavião Peixoto, São Paulo.
Foram sete anos de estudo em parceira com Argentina, Portugal e República Tcheca para desenvolver o protótipo. Quando ele chegar ao mercado, concorrerá com o Hércules C-130, fabricado nos Estados Unidos. A expectativa é de que poderá injetar até US$ 1,5 bilhão ao ano na economia nacional.
KC-390 x Hércules C-130
Como o modelo é para transporte de carga, tem que ter espaço livre e há poucos bancos de passageiros. O avião já tem mais de 400 horas de voo e, por causa dos testes, fios e outros equipamentos precisam estar expostos. Os computadores avaliam em tempo real o desempenho da aeronave.
Na comparação com o concorrente, o KC-390 pode chegar a 870 km/h - o Hércules não passa de 590 km/h. Além de ser mais rápido, ele é também mais pesado. Tem 87 toneladas, 17 a mais do que o modelo usado atualmente pela Força Aérea Brasileira (FAB).
A capacidade de transporte de carga chega a 26 toneladas, contra 19 do cargueiro Hércules. “A sensação é maravilhosa. Além da gente ficar orgulhoso de estar voando no avião mais pesado, maior, com maior capacidade já produzido no Brasil, a gente fica orgulhoso de ver como o avião é fácil, agradável, gostoso de voar, apesar desse tamanho”, disse o piloto de testes Márcio Brisola Jordão.
O KC-390 só perde no quesito transporte de soldados. Pode levar 80 homens, 12 a menos do que o Hércules.
Simulação
No voo para a imprensa a equipe simulou um resgate e abriu parte do avião. O momento é o mais esperado do voo porque uma rampa é aberta para o paraquedista saltar e também para lançar cargas.
“Além de busca e salvamento, reabastecimento em voo, pouso em pistas não preparadas ou semipreparadas, pouso na Antártica. É um avião fantástico, com uma gama variadíssima de missões”, elogiou Jordão.
Potencial de vendas
Faltam mais dois anos de testes para o avião ganhar certificação e ser vendido, mas a FAB já comprou 28 aeronaves, que devem ficar prontas em 2018.
“Segundo a Embraer, existe uma carteira de pedidos, de solicitações, que pode chegar a até 500 aeronaves", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
"Isso significaria dizer que nós teríamos um impacto na nossa balança, ao ano, de mais de US$ 1 bilhão, US$ 1,5 bilhão só com a venda do KC-390”, completou.
“Vamos buscar uma fração importante desse mercado mundial que é bastante bem distribuído no mundo. Cerca de 80 países repartem essa demanda. É a marca brasileira para o mundo inteiro, com certeza”, disse o diretor do programa KC-390, Paulo Gastão.
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