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Alitalia detalha novo plano para recuperar empresa

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Sex 14/7/2017 - “Precisávamos passar por uma reformulação. Estávamos perdendo muito dinheiro”, é assim que o CCO da Alitalia, Jorge Vilches, começa a definir a situação da aérea, que já trabalha em Administração Extraordinária há cerca de três meses. Propostas de compra na mesa, empréstimo do governo da Itália e o corte de funcionários, além da mudança de planejamento, estão presentes no atual momento da companhia, que agora trabalha para se recuperar no cenário doméstico e mundial.

Em princípio, um plano de negócios era tratado como prioridade para mudar o rumo da principal aérea italiana, mas tudo foi por água abaixo após os funcionários rejeitarem a implantação do projeto. Dos quase 12 mil profissionais, 67% votaram contra o novo planejamento, que previa 980 demissões e um corte de 8% nos salários de pilotos e tripulantes.

“Muitas vezes nós erramos na comunicação com os trabalhadores, e esse foi um dos casos. Eles não sabiam o que era esse novo plano de negócios e negaram sem saber o que poderia fazer a favor da empresa”, admite o CCO. Segundo ele, a aérea receberia dois bilhões de euros (R$ 7,3 bilhões) dos acionistas, sendo metade de entidades italianas e a outra metade do grupo Etihad, dono de 49% das ações da Alitalia desde 2014. A negativa dos funcionários, no entanto, fez com que o valor não pudesse ter sido injetado e o governo italiano entrasse em cena com um empréstimo de 600 milhões de euros (quase R$ 2,2 bilhões).

O pedido de Administração Extraordinária, porém, é visto com otimismo por Vilches. Entre as vantagens dessa situação está a possibilidade de renegociar contratos firmados no passado, mas que prejudicavam o caixa da empresa. O leasing de aeronaves e o preço do combustível, por exemplo, são citados entre eles por terem sido fechados a valores exorbitantes, chegando a custar três vezes mais do que o valor normal de mercado.

“A Administração Extraordinária nos permite implementar elementos do plano de negócio e tudo aquilo que for necessário para garantir a continuidade da empresa sem as limitações que tínhamos antes. Exemplo disso é a chance de limpar esses contratos”, afirma Vilches, que ainda revela uma economia de 120 milhões de euros apenas com a renegociação de alguns acordos de combustível.

A concorrência das low costs no doméstico europeu também é outro ponto a afetar os números da Alitalia. Com 75% da oferta para aviões pequenos, ela disputa diretamente com empresas como Ryanair e Vueling, mas sem ter os baixos custos dessas empresas, fato que levou a uma "briga" de preços em que a aérea italiana saiu perdendo feio.

Novo ares

Se essa não é a primeira vez que a Alitalia passa por uma situação complicada deste nível – em 2008 e 2014, a aérea chegou a ficar próxima da falência –, as movimentações já começam a ser feitas para tentar mudar o rumo da empresa. Cerca de 300 funcionários já foram demitidos, enquanto outros 900 trabalham em período reduzido, tendo salários divididos entre a companhia e o governo da Itália. Agora, depois de cortar custos, o objetivo é crescer apostando em uma opção diferente.

“Nossa visão mostra que o futuro está na expansão do nosso produto de longa distância, pois eles são os voos mais rentáveis e onde nós conseguimos mais dinheiro”, conta o CCO, que aponta o Brasil como destino estratégico e exalta a importância do recente anúncio de crescimento de 85% das operações ao aumentar as frequências de São Paulo e Rio de Janeiro para Roma, na Itália. Ao ser perguntado sobre novos destinos, Vilches prefere não ser incisivo, mas revela que a Alitalia já olha ‘com carinho’ para Porto Alegre e a região Nordeste do País.

Outro ponto abordado com cuidado pela aérea é o processo de venda das ações. Jorge Vilches admite a chegada de 33 propostas oficiais para adquirir ações parciais ou em totalidade e revela que as decisões serão tomadas até outubro. Lá, as principais ofertas começarão a ser discutidas diretamente com os grupos interessados. "Temos preferência por uma empresa que queira participar da Alitalia como ela é hoje", finaliza o CCO.
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