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CADE aprova investimento da Qatar Airways no LATAM Airlines Group

 
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou o investimento da Qatar Airways no LATAM Airlines Group, mas o órgão regulador também expressou dúvidas sobre a joint venture (JV) proposta pela LATAM com o International Airlines Group (IAG).

A aprovação da Qatar Airways de ter uma participação de 10% na LATAM, no valor de mais de US$ 600 milhões, é uma boa notícia para a LATAM, a maior companhia aérea latino-americana, que acredita que investimentos estrangeiros e JVs transnacionais são fundamentais para seu futuro. Mas o atraso na aprovação de uma JV transatlântica com as transportadoras da IAG, a British Airways e a Iberia - parceiros da One World com a LATAM - diz respeito ao CEO da LATAM Enrique Cueto.Cueto disse que as grandes companhias aéreas na América do Norte, Europa e Ásia em JVs bem estabelecidas têm uma vantagem sobre as companhias aéreas latino-americanas. "Tudo chega à nossa região cinco a dez anos depois", disse ele. "Ou entramos neste modelo [JV] ou seremos comprados por outros e desapareceremos."


Cueto disse que as autoridades de concorrência e os sindicatos preocupados com as JVs devem entender que as JVs permitirão às companhias aéreas latino-americanas garantir serviços e empregos a longo prazo, ao mesmo tempo que ser compradas totalmente significaria que nada é seguro. "JVs garantem muito mais do que as pessoas pensam", disse ele.


O CADE informou em comunicado divulgado no início deste mês que uma empresa comum LATAM-IAG "tem o potencial de causar efeitos nocivos sobre a concorrência", particularmente nas rotas São Paulo-Londres e São Paulo-Madri. O pedido da LATAM de iniciar a JV com a IAG foi encaminhado ao Tribunal do CADE, que tem a palavra final sobre fusões e aquisições no Brasil.


O CADE tem jurisdição sobre a JV proposta porque um dos principais subsídios da LATAM, LATAM Brasil (anteriormente TAM), é baseado no Brasil. A LATAM também está buscando aprovação para uma JV com a American Airlines, mas o CADE ainda não revisou essa aplicação.


Atrair capital

 Enquanto isso, o investimento da Qatar Airways dá um tiro no braço da LATAM, que tem lutado financeiramente nos últimos anos, enquanto as outras economias do Brasil e da América Latina vacilaram. Falando na conferência ALTA, o analista do Deutsche Bank, Michael Linenberg, afirmou que a capitalização de mercado da LATAM é de US $ 5 bilhões hoje, menos da metade do valor implícito da LATAM de US $ 12 bilhões quando a LAN Airlines do Chile anunciou em 2011 que estava adquirindo a TAM para formar a LATAM. A fusão encerrou em 2012.

Na época, a combinação da capitalização de mercado da LAN-TAM era maior do que qualquer companhia aérea no mundo. O valor atual de US $ 5 bilhões da LATAM é apenas um sétimo da capitalização de mercado de US $ 35 bilhões da Delta Air Lines, de acordo com Linenberg, uma demonstração de quanto a indústria aérea global mudou nos últimos cinco anos.


Mas Linenberg previu que companhias aéreas de todo o mundo continuarão a investir em operadoras latino-americanas, que ainda parecem estar preparadas para um forte crescimento a longo prazo. "Há uma enorme quantidade de potencial na região", disse Linenberg. "Você tem um monte de transportadoras no mundo olhando para investir na região".


Ele disse que as fortunas econômicas das companhias aéreas latino-americanas estão começando a se iluminar. "Parece que estamos vendo um fundo aqui", observou.


As companhias aéreas latino-americanas "se tornaram uma indústria que está atraindo capital" de fora da região, disse o CEO da Aeromexico, Andrés Conesa. A Aeroméxico e a Delta no início deste mês receberam aprovação provisória do Departamento de Transportes dos Estados Unidos (DOT) para uma JV transfronteiriça. A Delta detém uma participação minoritária na Aeromexico que, segundo ele, poderá subir até 49% após a compensação da JV.


Conesa disse que as companhias aéreas latino-americanas estão tentando tirar vantagem do modelo JV e do investimento externo, assim como as companhias aéreas na Europa e nos EUA. As operadoras européias e norte-americanas ganharam significativamente de uma estrutura de JV transatlântica "muito desenvolvida", disse ele, acrescentando: "O que estamos pedindo é estar no mesmo nível que outras companhias aéreas".


Conesa disse que a JV Delta-Aeroméxico "também faz sentido para o consumidor" e vai criar "uma onda adicional de tráfego" para a companhia aérea com sede na Cidade do México.


O CEO da Copa Airlines Holdings, com sede no Panamá, Pedro Heilbron, indicou que sua companhia e outras grandes companhias latino-americanas, como a colombiana Avianca, também buscarão JVs com operadoras fora da região. "À medida que linhas aéreas como a Aeroméxico e a LATAM entrarem em JVs, vai pressionar as outras companhias aéreas da região a fazer algo", disse ele. "Não podemos ficar de fora do jogo."

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